quarta-feira, 23 de junho de 2010

Que venha a greve, mas com gana de greve!

Enfim, a greve. Um momento de luta, mas que nos obriga à reflexão. Sucumbimos à vingança sindical contra a ousadia de dar um jeito no caos do auxílio-doença; sucumbimos à ira recalcada contra a profissionalização e valorização da categoria médica, particularmente médico-pericial. Sucumbimos à soberba de nossos representantes, ao isolamento político, aos colegas que ocupam cargos diretivos e exercem autoritarismo fisiológico. Sucumbimos à má escolha eleitoral (sem significar necessariamente que a outra chapa seria a ideal), à não renovação de lideranças. Sucumbimos à indefinição da classe quanto ao modelo ideal de carreira.  Faltam propostas, faltam negociadores (o atual queimou-se ao longo dos processos anteriores, tem muitos inimigos pessoais), falta categoria unificada em torno de uma proposta legítima e defensável, de interesse público. Fomos coagidos a deflagrar greve por nada mais haver a fazer nas circunstâncias.

Tenho sido perguntado e não sei responder; se é difícil ser contra greve diante de tantas chibatadas, não é fácil também apoiá-la, pois veio tardia e não propõe mudanças estruturais na carreira, como fim da gratificação e elevação ao patamar de carreiras subsidiadas, principalmente. Nunca se falou nisso! Quem quer mesmo fazer greve não se preocupa tanto com que a mesma seja julgada assim ou assado. Se a causa é justa, vai com tudo! Isso é greve! Incomoda ver o excessivo zelo legalista e menos preocupação em exaltar as injustiças que levam à radicalização. Será que veremos caravanas dos doutores na rua, ou melhor, em Brasília, ou será que tudo ficará hierarquizado? Não basta parar, é preciso pressionar o governo, conquistar a confiança e engajamento real dos grevistas. Oxalá não seja mais um fiasco, pois não temos como assimilar.

9 comentários:

  1. Nesta hora as brigas deveriam ser deixadas de lado e tanto posição quanto oposição deveriam se aliar ao movimento. O movimento é da ANMP e não do presidente. O sucesso da greve é importante para o destino da Associação. A presindência é temporária.... BH não aderir!!!!

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  2. O que mais amedronta são as supostas "lideranças" que encabeçam a greve e serão nossos negociadores. Estes são as peças fundamentais. A eles estes falta bom senso,contextualização da realidade atual, ponderação, consciência de classe e caráter. Por outro lado lhe sobram prepotência, soberba e ganância por poder. Isto é muito perigoso já que o movimento pode ser utilizado para concretização de planos individuais. Já lutadores por ideal servirão massa de manobra,a ser jogada aos leões em momento oportuno.

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  3. Que devemos entrar em GREVE, não há dúvidas...já fomos massacrados por demais ao longo destes anos após a implementação da carreira de Perito Médico Previdenciário.
    Concordo que devemos nos unir (ao menos neste momento) oposição e situação (que conduz a ANMP).
    O que me assusta é o fato de continuarmos insistindo em "criar" este Grupo de Trabalho com o MPOG...Não tem GT! é dizer o que queremos e fazer valer! GT é igual papo de malandro...o "enrolation" classista!
    Vamos parar e lutar pelo fim desta GDAPMP! Temos que exigir carreira subsidiada!
    E um Plano de Carreira descente!
    Agora entendo porque tem muitos médicos cursando Direito: Existe alguma classe que teme tanto um movimento grevista como a nossa? Chega de masoquismo! Estamos levando chibatadas há, no mínimo 2 anos!
    Vamos pra guerra como guerreiros! E acabar com a moral deste "chefe-mor" que persegue nossa classe e vive se "GABANDO"!

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  4. Até onde sei, o estado é de AGE permanente, e isso permite que a pauta seja atualizada. Por celular, via e-mail ou o raio que o parta, mas atualizada respeitando o que os peritos realmente querem. É a chance do senhor Argolo mostrar que a greve é dos perito e não dele (a medir força e mostrar que pode mobilizar uma classe inteira).
    Assim, conquistará os relutantes, como eu, e acreditaremos que essa greve é nossa e não dele apenas.

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  5. Em 2008 estávamos com 100% dos peritos decididos a entrar em greve. Foi abortada. De lá para cá todos sabem o que se passou. Nossa GEX está cautelosa quanto a entrar no movimento. Como condená-los (os colegas peritos de GEX) por ser cautelosos pelo nosso passado recente? Uma pauta objetiva e que faça com que a carreira efetivamente avance teria um grande poder de convencimento.
    Fábio Amorelli

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  6. As vezes me revolto com a irresponsável inércia dos colegas. A maioria não está satisfeita com a situação , mas lhes falta coragem e disposição pra tomar alguma atitude. A essas pessoas eu alerto :em muitas situações da vida a omissão é grave e traz consequencias muito danosas. Assim têm peso grande,sim. Nossa classe precisa acordar.Precisa deixar de ser omissa e tomar as redeas do seu destino.Me revolta demais ver 5.400 pessoas sendo levadas feito gado e sem ter nenhuma noção do poder que possuem.Dá pena,sabia? Pena dessa massa de médicos,a maioria tão fraca.Caminhando para a degola.Mas talvez a minha situação seja a pior,pq eu penso,eu sei.O gado não tem ciência que está marchando para a morte.Mas eu e alguns outros colegas,estamos no meio deles,sendo conduzidos a força e sabendo do nosso fim...Talvez fossse melhor não saber.

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  7. Caros,,
    o governo ao editar o decreto 7003 e o manual de perícias oficiais reconheceu a importância, a complexidade e o fato da perícia médica previdenciária deter parte do poder estatal.
    Não é possível que uma pessoa só ponha essa oportunidade a perder .A tônica da greve deve ser pelo reconhecimento imediato das mesmas prerrogativas dos peritos tanto no RJU como no RGPS, assim como a saída imediata da perícia das entranhas do INSS, a procuradoria saiu, a auditoria saiu, a perícia também tem que ter plena autonomia, não pode estar subjugada aos humores administrativos.
    Quem não sabe e não pode, não deve mandar em quem sabe, pode e deve!

    Guimarães

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  8. Ai, ai, meu pai, somos mais de 5.000 servidores públicos com formação superior diferenciada, a maioria com uma, até duas residências médicas, mestrado, muitos com doutorado e, como bem pontuou a colega Sandra acima, ACEITAMOS SER TRATADOS COMO GADO...é triste mas esta é a realidade hoje.
    Enquanto isto, somos comandado por técnicos previdenciários com segundo grau que nos espinafram diariamente, realmente é uma situação surreal e tragicômica.
    Se não radicalizarmos, seremos o motivo de chacota nacional, este é o fato, pior do que está acho que não pode ficar.
    À luta, peritada!

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  9. O GRANDE ERRO DA CLASSE PERICIAL FOI BRIGAR PARA LABORAR 08H QUANDO PODERIA TRABALHAR 04H.FOI UM GRANDE RETROCESSO CONTRARIANDO A HISTÓRIA DAS LUTAS DE CLASSES. GANHAMOS O ÔNUS E NÃO LEVAMOS O BÔNUS!! O QUE VIVENCIAMOS HOJE É A CONSEQUÊNCIA DESTE ERRO. NEM JUIZ, STF OU PROCURADOR TEM ESTE DIREITO E NÓS TINHAMOS E ENTREGAMOS NA BANDEJA POR GANÂNCIA!!

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