quinta-feira, 8 de julho de 2010

Essa greve eu não faço mais

Lamento comunicar que, diante das notícias que chegam do CFM, não há como referendar a decisão da AGE. Greve é um direito individual e cada um que o exerça segundo sua consciência. Discordo da arrecadação de mais 600 mil reais, mas, democraticamente, não bloquearei a mordida na minha conta corrente. Não concordo com greve sem ato público, sem gente nas ruas (ou no Congresso da República).
Não concordo que uma greve forte se atenha a pauta conjuntural, sem mudar a estrutura da carreira.

Os temas são importantes, não os nego, mas são para acompanhamento permanente e não serão resolvidos com greve que não vá mais fundo na questão. As 6 hs, estas sim, são o que pode ser resolvido, e ser relevante, mas é pouco. Greve para arrecadar; greve de promoção pessoal, que não debate com o público, que impede a categoria de participar das negociações e de ir a Brasília (estratégia para que tudo dependa de um só homem, tornando-o insubstituível?) que visa eleições e arrecadar para isso, essa, colegas, não me pega.

Os líderes temem o prolongamento do movimento e, para evitá-lo, impõem a manutenção de uma pauta confusa para as necessidades reais da carreira. Repete-se 2008. Nada se subsídios; nada de ato público. Na AGE de deflagração teria sido dito que a expectativa era de 4 ou 5 dias; estamos com 15 e os líderes mostram desconforto, portanto, pauta pequena, negociada a menor, é o que convém a eles. Os 70 delegados não foram o suficiente, mais uma vez sucumbiram. Até quando?

Na minha avaliação, a greve caminha para vitórias pífias ou para o endurecimento do governo. Quem quiser apoiar que o faça, não estou desestimulando ninguém, mas devo externar minha posição pessoal, como sempre fiz.

Um comentário:

  1. Para os grevistas, possivelmente a melhor trilha sonora: "Hey, now... Hey, now... Don't dream, it's over!"

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