terça-feira, 29 de janeiro de 2013

REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS

Sociedade não é um amontoado de gente onde cada um acha que pode tudo, onde não há distribuição de papéis segundo os valores da própria sociedade. Temos a sociedade que construímos e pela qual lutamos e instituições que elegemos responsáveis pela preservação e promoção dos valores nos quais acreditamos. Sociedade só existe se for organizada, com papéis e responsabilidades; não apenas direitos. Mesmo as sociedades primitivas têm líderes, têm curandeiros sacerdotes e magos, pessoas respeitadas e preservadas pelos demais. A sociedade democrática valoriza o acesso meritório a funções de maior reconhecimento, o que garante a vitalidade das instituições. A Ditadura impõe aos cidadãos as pessoas de sua simpatia em detrimento das que têm mérito, corrompendo a Sociedade. Quando frustrados que se sentem vítimas assumem o poder a Democracia passa a correr sérios riscos de se tornar Ditadura, pseudo-democracia patrimonialista.

Mas há funções socialmente valorizadas que não podem ser simplesmente ocupadas. O comando do vassorão, apelido dado ao atual avião presidencial, não será dado a um sem terra, ou mesmo a um piloto filiado ao partido, mas que não tenha a expertise necessária à segurança da presidente. O parto da neta da mesma Presidente não será dado a uma doula, exceto de for montada uma UTI na sala anexa. O câncer da Presidente não será tratado se não pelos melhores médicos do país e no melhor hospital. São contradições da ideologia petista que está destruindo o tecido social ao promover ideias que a sociedade não pode aceitar. Cotas raciais baseiam-se em raça, portanto não são defensáveis. Não existem raças à luz da ciência e da democracia. A ditadura se impõe pela força; não pela argumentação. Impor médicos cubanos não é deselitizar a medicina; é aniquilar os pobres para impor uma ideia deturpada de sociedade justa. Impor juízes partidários não é democratizar a Justiça; é atentar contra o equilíbrio e isenção indispensáveis aos magistrados. Recorrer a servidores públicos partidários cuja missão é defender o Estado em aliança com esses juízes partidários para desrespeitar a lei a favor de suas teses sem ter que debater as propostas no foro legislativo é crime contra a Sociedade. Uma decisão judicial assim arrumada não pode ser uma forma legítima de burlar os mecanismos democráticos que a Sociedade consagrou. Se cargos de recrutamento amplo são uma excrecência intimamente ligada à corrupção, cargos legítimos ocupados ilegitimamente com finalidade ideológico-partidária são piores ainda. Se a corrupção nos estarrece e revolta, a corrosão dos valores republicanos é a pior calamidade que se pode imaginar.

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