sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ah... o tempo, senhor tempo



A data de amanhã, 19 de setembro de 2009, fecha um ano que o então vice-presidente da ANMP foi defenestrado, via internet, porque estaria conspirando em São Paulo. A manobra  teve como fundamentação de fachada uma suposta reunião de diretores em Brasília, na véspera (dia 18 de setembro, como hoje). A reunião confessamente não aconteceu tal como consta da ata, o que gerou inquérito policial que ainda não foi concluído.
O tempo é dito Senhor da Razão pois nos ensina, acalma, permite que a bruma disperse e a visão clareie. Não somos nós que contamos o tempo; o tempo é quem nos conta. Nada e ninguém, nenhuma injustiça cometida, restará livre da contagem do tempo. Ele sempre acaba por revelar aquilo que só seria esquecido se pudesse ser cristalizado no ar, para sempre. O tempo tem preço, e é caro, mas aos que têm a humildade de respeitá-lo para aprender com ele e rever julgamentos, é um amigo e professor. A finitude exige dos homens viver as conseqüentes responsabilidades de fazê-lo de modo leviano e prejudicial aos outros, pavimentando o próprio caminho com injustiças, que o tempo exporá.
Um ano se passou e as críticas que se faziam à forma de gestão da associação se generalizaram assim como não mudaram a gestão e a forma de negociação com o governo. Um ano e nenhuma vitória, nenhum avanço. Após o 19 de setembro de 2008 os auditores fiscais, técnicos do Banco Central e do IPEA, entre outros, passaram a receber vencimentos na forma de subsídios, os Defensores Públicos da União também, e com jornada diária oficial de 6 horas. A associação permanece isolada, desarticulada, ensimesmada na estratégia do “deixa comigo”, negociando exaustivamente nos bastidores (como o anedótico bordão oficial repete), sempre com o mesmo interlocutor: o presidente do instituto.
O que se vê são dezenas de pedidos de exoneração de peritos médicos e um completo ceticismo geral quanto às possibilidades de reafirmação da carreira que teve seus mártires para se firmar.
O tempo reconta a história, mostra quem é de luta e quem é traiçoeiro, quem adere ao poderoso de plantão com cola post-it para, rapidamente, poder aderir ao próximo, quem trai os interesses coletivos e desrespeita assembléias, estatuto e o que mais for preciso. O tempo ajuda a identificar quem é quem. Se ainda não ficou claro para você, se dê mais um tempo.

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