quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Carta Aberta aos colegas


Já escrevi aqui que o rei está nú, mas ninguém ousou dizer isso a ele ainda. Se há uma grave crise agora, é porque os primeiros sintomas foram negligenciados. Bom, já falei muito disso também. Agora, pergunta-se quem vai resolver o impasse se as duas partes acusam-se de não saber o que quer um do outro. O diálogo de gabinetes foi trocado pelo diálogo via mídia. Se o primeiro era improdutivo porque argumentava todo dia a mesma coisa para a mesma pessoa que não tem poder de alterar lei (mas pode ser aliado) o outro expõe as vísceras de todos aos abutres atentos. Vão todos para o buraco.

O problema mais candente é a carga horária, mas não é o mais importante. É hora de redefinir a carreira (e, por conseguinte o tamanho da jornada) e não a deixar morrer à mingua obnubilado no próprio narcisimo e pondo-se mais importante do que a carreira que o próprio presidente Lula reputa como um dos acertos de sua administração.

É necessário que se mude a interlocução com a autarquia, é necessário que se abra diálogo também com o Planejamento, Casa Civil e parlamento. Chega de depositar toda a estratégia em uma única pessoa e, ao fracassar, mobilizar toda a ira contra essa mesma pessoa! O fracasso era inevitável, pois a negociação foi equivocada. Precisa-se da categoria mobilizada, atuante, comprometida; não desolada, desconfiada, radicalizando onde talvez não o devesse.

Infelizmente o espaço para os oportunistas está aberto, propostas ilegais como conceder benefício sem ter havido perícia são levadas a sério. Se a idéia prevalecer, a morte de dois de nós terá sido em vão e o saneamento que promovemos, mais por patriotismo do que por qualquer outro interesse, será soterrado sob toneladas da mais imunda lama.

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