sábado, 14 de novembro de 2009

Retorno da terceirização de perícias previdenciárias


Não há nada oficial, mas ano eleitoral tem dessas coisas quando a politicagem supera o interesse público e a responsabilidade com o patrimônio coletivo. Menos de 5 anos atrás a Previdência estava em pleno colapso em razão da terceirização das perícias. Veja  a matéria de O Globo repercutindo estudo do IPEA(clique), veja o gráfico de crescimento de despesas com benefícios por incapacidade (clique) e refresque a memória.

Diálogo hipotético no planalto central: "Sabe o melhor jeito de matar uma categoria? Passamos para os terceiros a prerrogativa de conceder, conceder, conceder. Quando tiver que dizer não, aí sim, manda para os peritos do INSS. Ah, arrocha o salário deles também! Depois da eleição vemos o que fazer..."

Para dar um ar de seriedade na coisa, parece que estão trazendo um especialista de Lugo (Galícia, próximo a Santiago de Compostela), vejam vocês, que o google diz que é especialista em Dodge Dart, para falar de automação de reconhecimento de direitos na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) dias 17 a 19 próximos.

O que se pretende é transferir para o SUS a decisão de afastamento nos primeiros 30, 40 ou até 60 dias, mas quem paga a conta é o INSS e/ou o empregador. Já imaginaram? A cogitação apenas de uma proposta como essa, partindo do governo, demonstra o quanto a contra-gosto a carreira e profissionalização da perícia médica foram engolidas em 2004.

Quem trabalha nos bastidores e gabinetes deve saber melhor do que se trata, mas não compartilha. Acorda peritada!
Clique aqui para ver o modelo espanhol.


Em dezembro de 2007, numa das primeiras reuniões da gestão Argolo com o INSS, o Diretor de RH Dedílson disse que trariam o modelo espanhol, que lá a atenção básica era quem fazia as avaliaçoes iniciais de incapacidade. Em seguida eles foram à Espanha, em comitiva, para "visitar"...

3 comentários:

  1. A associação ou sabe e é conivente, ou navega na insensatez e na ignorância da própria soberba.

    ResponderExcluir
  2. na minha opinião é conivencia na certa. Algo nebuloso por trás de tudo.

    ResponderExcluir
  3. Não é preciso sofismar em cima de fatos hipotéticos. Basta recuarmos uma década e estudarmos os efeitos desta mesma forma de entendimento, quando da implantação do B87, que ficou por conta do SUS em sua avaliação de enquadramento médico. Deu no que deu com o INSS sendo chamado às pressas para rever as concessões e desvendar o despauterio das concessões equivocadas e clientelistas, para não dizer politicas.
    Elias Rage, médico perito.

    ResponderExcluir

Comentário livre. Os comentaristas devem se identificar e se responsabilizar pelos conteúdos postados.